Vegetarianismo e Espiritualismo!
Essa semana eu pensava em um tema para escrever aqui no Orvalho Verde, quando caiu em meu colo um jornal espírita com a pergunta:
Devemos nos alimentar de nossos irmãos, os animais?
Fiquei surpresa, pois o jornal é de março de 2014, ou seja, mais de dois anos atrás e naquela época eu já era espírita há 15 anos, mas não era vegetariana e nem tive a oportunidade de ler algo sobre isso.
Diante de minha surpresa, li o jornal e achei a matéria pequena e de poucos esclarecimentos sobre o tema. Então resolvi ler, pesquisar e me aprofundar mais sobre a espiritualidade e o vegetarianismo.
Descobri que o vegetarianismo entre os espíritas, é uma semente que até pouco tempo atrás não possía terra boa nem preparada para o seu cultivo, mas que agora começa a encontrar condições para ser semeada.
Há aproximadamente 40 anos atrás, mais precisamente em 1971, Chico Xavier disse no programa Pinga Fogo da extinta TV Tupi: “Nós temos nos apropriado de cooperação compulsória dos animais há milênios. O nosso corpo espiritual está condicionado, na grande maioria, à absorção das proteínas do reino animal. Então, se estamos ainda subordinados à necessidade de valores proteicos que recebemos da carne, não devemos entrar em regimes vegetarianos de um dia para o outro, e sim educar o nosso organismo a realizar essa adaptação. Para dispensarmos esse tipo de concurso dos animais, precisamos, tempo.”
Chico ainda sugeriu o auxílio de um profissional para aqueles que gostariam de abster-se da carne, sinalizando que, já naquela época, era possível a alimentação sem o massacre que, ainda hoje, acontece nos matadouros e frigoríficos, por vontade e egoísmo do ser humano.
Claro que, em 1971, quando Chico Xavier parecia instruir uma alimentação com carne para a maioria das pessoas, são justificáveis para a época, pois os conhecimentos eram quase nulos sobre a nutrição vegetariana. Seria leviano da parte dos Espíritos afirmar que o Espiritismo condenava o consumo de carne, sem informações seguras sobre as alternativas nutricionais em substituição à carne; o que não mais se aplica aos dias de hoje, onde estudos comprovam que é possível sim nos alimentarmos adequadamente, somente de vegetais, mantendo nossa saúde e condições para cumprirmos nossas tarefas diárias, poupando os animais do sofrimento a que são submetidos nas criações para consumo e, ainda, do sacrifício de suas vidas.
Vamos deixar bem claro aqui, que ser vegetariano não significa ser uma pessoa boa ou ruim. Entretanto, não há dúvidas, que quando se deixa de comer nossos irmãos, a sintonia com energias elevadas se dá mais facilmente. Como disse o sábio Babajiananda: “Não é deixando de comer carnes que o ser se espiritualiza, é se espiritualizando que ele deixa de comer carnes.”
Atualmente já temos muita informação sobre o assunto vegetarianismo, sendo cada um de nós, capazes de discernir o certo do errado, o bom do ruim. Cada ser é único e responde a novas revelações de maneiras diferentes. Muitos estão preparados, muitos ainda não. Segundo Jesus Cristo, “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”, aqueles que ainda não, certamente um dia terão. Aí está o que chamamos de progresso e evolução espiritual.
Sigamos então, os ensinamentos da psicografia feita por Chico Xavier pelo espírito do Irmão X:
“Comece a renovação de seus costumes pelo prato de cada dia. Diminua gradativamente a volúpia de comer a carne dos animais. O cemitério na barriga é um tormento, depois da grande transição. O lombo de porco ou o bife de vitela, temperados com sal e pimenta, não nos situam muito longe dos nossos antepassados, os tamoios e os caiapós, que se devoravam uns aos outros.”
Então cabe a nós aceitar que os tempos mudaram, que estamos passando por transformações e evoluindo, seja no espírito como também no corpo físico, e por este motivo, não mais necessitamos agir e viver como nossos antepassados viviam.